sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sedup promove encontro de retomada do Fórum de Assentados e Assentadas





“A enxada é o símbolo da mulher e do homem do campo. É com este instrumento que tiramos o sustento da terra”, Eliane Constantino Barbosa, moradora do Assentamento Oziel Pereira (Remígio-PB), foi uma das 32 pessoas que participaram da mística de abertura do encontro do Fórum dos Assentados e Assentadas dos municípios de Areia, Pilões, Serraria e Remígio, realizado no último dia 30 de maio, no Clube Padre Mateus, em Pilões. O evento organizado pelo Serviço de Educação Popular (Sedup) teve como objetivo resgatar a história de lutas dos Assentamentos, destacar as conquistas, os desafios atuais e os encaminhamentos possíveis.

Além da mística organizada por Francisca Paulina da Conceição, do Assentamento São Francisco e representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, a programação contou ainda com dois momentos de atividades em grupos: o primeiro para a realização de um resgaste histórico a partir da memória das lutas e conquistas para a permanência na terra e posteriormente o levantamento sobre a situação atual de cada assentamento. A partir do olhar coletivo a cada um dos assentamentos promoveu-se um diálogo sobre a importância da retomada do Fórum para levar adiante necessidades e formações continuadas para outros assentados e assentadas que não estão organizados e reivindicar políticas públicas voltadas para a educação no campo.

Também participaram do encontrou Edílson Guedes (Didiu), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que apresentou um contexto histórico da luta e formação dos assentamentos do brejo paraibano, além de representantes da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos de Reforma Agrária da Paraíba (Cooptera) que colaboraram nas discussões do contexto atual e da realidade das assistências técnicas nos assentamentos.

“É o momento que nos juntamos para dialogar sobre nossos problemas. A história do Fórum é importante para o resgaste de nossas lutas porque às vezes fica adormecido em nossa memória. Manter a luta viva e dar continuidade”, afirmou Rosilene Rodrigues Oliveira. “É a partir desse espaço que conquistamos muito. Cada um participa desse jeito e cresce de acordo com essa diversidade. O fórum redesenhou a medida das mudanças dos próprios assentados”, finalizou Joel Cirilo de Souza.

Para encaminhar as demandas levantadas foi formada uma comissão com um representante de cada um dos assentamentos presentes para se reunirem no próximo dia 13 de junho, às 9h, na sede do Sedup, em Guarabira, e elaborar estratégia para dar seguimento as reinvindicações levantadas durante o encontro e articular as possíveis entidades e instituições competentes que podem apresentar soluções para os problemas atuais dos assentamentos.

Histórico Fórum
O Fórum foi criado em 21 de julho de 2002 depois de muitas discussões entre grupo de trabalhadores, e trabalhadoras rurais assentados (as) em 12 projetos de assentamentos: socorro, União, Esperança, Emanuel Joaquim, São Francisco, Veneza, Redenção, Santa Maria, Tabocal, Cajazeiras, Campo Verde e Oziel Pereira, nos municípios de Areia, Pilões, Serraria e Remígio. A ideia era criar um espaço de reflexão, formação e informação dos assentados (as) onde fosse possível dialogar sobre interesses comuns, fortalecer as lutas e promover interligação entre os trabalhadores dos assentamentos.



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