“A
enxada é o símbolo da mulher e do homem do campo. É com este instrumento que
tiramos o sustento da terra”, Eliane Constantino Barbosa, moradora do
Assentamento Oziel Pereira (Remígio-PB), foi uma das 32 pessoas que
participaram da mística de abertura do encontro do Fórum dos Assentados e
Assentadas dos municípios de Areia, Pilões, Serraria e Remígio, realizado no
último dia 30 de maio, no Clube Padre Mateus, em Pilões. O evento organizado
pelo Serviço de Educação Popular (Sedup) teve como objetivo resgatar a história
de lutas dos Assentamentos, destacar as conquistas, os desafios atuais e os
encaminhamentos possíveis.
Além
da mística organizada por Francisca Paulina da Conceição, do Assentamento São
Francisco e representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, a programação
contou ainda com dois momentos de atividades em grupos: o primeiro para a
realização de um resgaste histórico a partir da memória das lutas e conquistas
para a permanência na terra e posteriormente o levantamento sobre a situação
atual de cada assentamento. A partir do olhar coletivo a cada um dos
assentamentos promoveu-se um diálogo sobre a importância da retomada do Fórum
para levar adiante necessidades e formações continuadas para outros assentados
e assentadas que não estão organizados e reivindicar políticas públicas
voltadas para a educação no campo.
Também
participaram do encontrou Edílson Guedes (Didiu), da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), que apresentou um contexto histórico da luta e formação dos
assentamentos do brejo paraibano, além de representantes da Cooperativa de
Prestação de Serviços Técnicos de Reforma Agrária da Paraíba (Cooptera) que
colaboraram nas discussões do contexto atual e da realidade das assistências
técnicas nos assentamentos.
“É
o momento que nos juntamos para dialogar sobre nossos problemas. A história do
Fórum é importante para o resgaste de nossas lutas porque às vezes fica
adormecido em nossa memória. Manter a luta viva e dar continuidade”, afirmou
Rosilene Rodrigues Oliveira. “É a partir desse espaço que conquistamos muito.
Cada um participa desse jeito e cresce de acordo com essa diversidade. O fórum
redesenhou a medida das mudanças dos próprios assentados”, finalizou Joel
Cirilo de Souza.
Para
encaminhar as demandas levantadas foi formada uma comissão com um representante
de cada um dos assentamentos presentes para se reunirem no próximo dia 13 de
junho, às 9h, na sede do Sedup, em Guarabira, e elaborar estratégia para dar
seguimento as reinvindicações levantadas durante o encontro e articular as
possíveis entidades e instituições competentes que podem apresentar soluções
para os problemas atuais dos assentamentos.
Histórico Fórum
O
Fórum foi criado em 21 de julho de 2002 depois de muitas discussões entre grupo
de trabalhadores, e trabalhadoras rurais assentados (as) em 12 projetos de
assentamentos: socorro, União, Esperança, Emanuel Joaquim, São Francisco,
Veneza, Redenção, Santa Maria, Tabocal, Cajazeiras, Campo Verde e Oziel Pereira,
nos municípios de Areia, Pilões, Serraria e Remígio. A ideia era criar um espaço de
reflexão, formação e informação dos assentados (as) onde
fosse possível dialogar sobre interesses comuns, fortalecer as lutas e promover
interligação entre os trabalhadores dos assentamentos.
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